Errar é humano, morrer na cruz é divino!
3:39 AM | Author: CD_Brasil
Hoje, quarta-feira, dia 24/05/2006, as 15:30hrs eu fui ao cinema...

Objetivo?
Arejar a cabeça, ver gente, sair da frente desta odiada e amada máquina, fugir da ansiedade de uma resposta difícil mas necessária e ficar bem acompanhada de mim mesma... ah! E porque não assumir sem culpas? O objetivo maior foi diversão porque eu mereço ser feliz.

Filme?
Código da Vinci.

Por que Código da Vinci?
Porque está na moda – que patético! Mentira... Ou melhor: verdade não absoluta! Eu já tinha lido o livro e senti curiosidade de ver o filme. Ao contrário da maioria das pessoas, eu não amei o livro – simplesmente gostei. E gostei apenas por duas coisas: 1) ter-me feito questionar as velhas opiniões formadas sobre tudo e 2) por me proporcionar aquele maravilhoso “tour” pela Europa – Paris principalmente! Tentei ir na estréia, mas todas as seções (de 30 em 30 minutos) estavam esgotadas. Hoje, quarta-feira à tarde, as salas de cinema ainda continuavam bem cheias. Penso que o filme é melhor que o livro. O próprio enredo do livro, como bem definiu um amigo meu, já parecia um roteiro de filme. NEVERMIND!!! Enfim, não pretendo debater sobre as questões já tão debatidas e esgotadas: fé, lenda x realidade; sexualidade x divindade. Mesmo porque não tenho conhecimento para isso. Quero debater uma questão secundária no filme e principal na minha vida atual: A CULPA.

Culpa, s.f. ato ou omissão repreensível ou criminosa; crime.// Responsabilidade por algum ato ou omissão repreensível ou criminosa (...)// Causa (de mal ou dano). // (Teol.) Pecado, transgressão da lei religiosa. // (...) Acusação ou incriminação. F. Lat. Culpa
Dicionário Caldas Aulete

A personagem Silas, membro do Opus Dei, expressa bem a idéia de culpa. Para se redimir das culpas humanas diante da repreensão divina, Silas de autoflagela... A autoflagelação impressiona no filme e mais ainda no livro: ler palavra por palavra do ritual de autoflagelação de Silas nos choca e nos deixa indignados diante da “barbárie”...

Mas será que temos o direito de ficar chocados e indignados?

Calma! Eu não sou a favor de autoflagelação no sentido literal, mas, não nego a minha autoflagelação no sentido figurado. Oportunamente, tangenciando o próprio tema do filme, em uma passagem da Bíblia, ao defender Maria Madalena, Jesus disse: “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra”.

O nosso “pecado” no caso é a autoflagelação. Como ficamos chocados e indignados se todos nós vivemos nos autoflagelando ao longo da vida?

O sentimento de culpa está associado às idéias de OMISSÃO E IRRESPONSABILIDADE. Sim, sentimos culpas quando somos omissos e irresponsáveis com o outro. Mas, apesar de horrível, esta nem é a pior parte: a pior parte da culpa está na REPREENSÃO do outro diante de nossas omissões e irresponsabilidades... Muitas vezes, para minimizarmos a dor deste sentimento, tendemos a suprir a nossa omissão e a irresponsabilidade com uma certa dose de masoquismo. Diante da culpa:
... nos maltratamos...
... nos privamos...
... nos perdemos...
... buscando o PERDÃO!

Mas o perdão de quem?

Perdão, s.m. remissão de culpa, de ofensa ou dívida. // Remissão de pena incorrida. // Indulgência, vênia, desculpa (...) F. Lat Perdoar
Dicionário Caldas Aulete

Antes de buscar perdão do outro pelas nossas irresponsabilidades e omissões, devemos dar o perdão a nós mesmos. Porque é tão difícil perdoarmos a nós mesmos? Por que é tão louvável sofrer? Queremos ser Cristos? Quanta pretensão!

O primeiro perdão deve partir de você para você.
Errar é humano, morrer na cruz é divino!

"Para falar ao vento bastam quatro palavras / Para falar ao coração são necessárias obras”.
(Padre Antonio Vieira)

"Não devemos dar demasiada atenção ao que os críticos dizem. Nunca foi erguida uma estátua em honra de um crítico."
(Sibelius)
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2 comentários:

On 6:54 PM , Anônimo disse...

Adorei! Só não gostei de você não ter ido comigo ao cinema... SNIF!
Tô com saudades, amiga!!!
Beijos

 
On 11:14 PM , Anônimo disse...

Gostei dessa tua visão,beijinhos