CHAOS
2:00 AM | Author: CD_Brasil
E, assim, num estado consciente de caos, REPUBLICO em semi-íntegra mais um texto...
Eu não ESTOU caótica, eu SOU caótica. Muito diferente! (Como os ingleses têm apenas o verbo “to BE” para designar os verbos SER e ESTAR? Eita língua pobre!). Não quero dramatizar o meu estado caótico: ele faz parte de qualquer mente que busca respostas. Freqüentemente, eu busco organizar e reorganizar meus elementos em busca da formação da minha real personalidade, e, mais freqüentemente ainda, eu destruo uma formação existente simplesmente, que por um motivo ou outro, ela deixou de existir. É a isso que eu chamo de INSTABILIDADE.

Por isso, eu me defino como eternamente caótica. Muitas vezes, (se você é um dos meus amigos, você ja ouviu eu dizer isso) eu me defino como “louca”. Talvez a frase correta (e também, mais assustadora) seja: eu sou CAÓTICA e, não louca. Será que um dia, eu conseguirei formar ou organizar todos os meus elementos de uma maneira íntegra, equilibrada e correta? Essa é a minha grande busca. Desde ontem, este tema anda perturbando a minha mente inquieta... Tudo começou com a minha borboletinha aqui no canto da orelha! Ela, sem intenção pré-determinada, representa o meu estado de CAOS, o meu estado de mudança, o meu estado de formação ou de reformação como ser humano! Se você continuar a ler este texto até o fim vai compreender o porquê disso.Para dar profundidade e até mesmo sentido a este texto, busquei maiores informações sobre a Teoria do Caos. Achei que era pretensioso da minha parte, falar um texto inteiro sobre a Teoria do Caos sem dar embasamento. Segue, nos três próximos parágrafos a seguir, um breve resumo do que isso significa:

Até 1960, o meteorologista Edward Lorenz se dedicava a estudar o comportamentoda atmosfera, tratando de encontrar um modelo matemático, um conjunto deequações que permitisse prever a partir de variáveis simples, mediantesimulações de computador, o comportamento de grandes massas de ar, ou seja,que permitisse fazer previsões climatológicas. Lorenz realizou várias aproximações até que conseguiu ajustar o modelo a partir da influência de três variáveis que expressam como mudam ao longo do tempo a velocidade e a temperatura do ar. O modelo se materializou em três equações matemáticas, bastante simples, conhecidas hoje em dia, como modelo de Lorenz.Mas, Lorenz teve uma grande surpresa quando observou que pequenas diferenças nos dados de partida (algo aparentemente tão simples como utilizar 3 ou 6 casas decimais) implicavam em grandes diferenças nas previsões do modelo. De tal forma que qualquer pequena perturbação, ou erro, nas condições iniciais do sistema pode ter uma grande influência sobre o resultado final. De tal forma que se tornava muito difícil fazer previsões climatológicas em longo prazo. Os dados empíricos que proporcionam as estações meteorológicas contêm erros inevitáveis, mesmo que seja apenas porque existe um número limitado de observatórios incapazes de cobrir todos os pontos de nosso planeta. Isto faz com que as previsões vão se desviando em relação ao comportamento real do sistema.
Lorenz tentou explicar esta idéia com um exemplo hipotético. Sugeriu queimaginássemos um meteorologista que conseguisse fazer una previsão muito exatado comportamento da atmosfera, mediante cálculos muito precisos e a partir dedados muito exatos. Poderia se ver diante de uma previsão totalmente equivocadapor não ter levado em conta o bater de asas de uma borboleta no outro lado doplaneta. Esse simples bater de asas poderia introduzir perturbações nosistema que levaram à previsão de uma tormenta! Daí surgiu a expressão “efeito borboleta” que, desde então, deu lugar a muitas variantes e recriações. Denomina-se, portanto, “efeito borboleta” a amplificação de erros que podem aparecer no comportamento de um sistema complexo. Ou seja, o “efeito borboleta” é uma das características do comportamento de um sistema caótico, no qual as variáveis mudam de forma complexa e errática, tornando impossível fazer previsões além de um determinado ponto, que recebe o nomede horizonte de previsões.

Fonte: El efecto mariposa, M. A. Gómez. In El rincón de la ciencia, n. 19, diciembre 2002

E daí? Você deve estar se perguntando! Afinal o que ela pretende dizer com essa Teoria da Física.
Primeiramente, a Teoria nasceu na Física, mas, não é uma Teoria que se aplica apenas à Física. Afinal, sempre, todas as ciências andaram de mãos dadas. Os grandes nomes da História Ocidental eram pessoas que estavam ligadas a questões científicas tanto quanto nas questões filosóficas. Quem? Breve menções: Aristóteles na Grécia Antiga, Leonardo da Vinci no Rensacimento Europeu, e até mesmo Albert Einstein no século XX.

A primeira vez que ouvi falar sobre a Teoria do Caos foi na Universidade – eu ainda no primeiro período da Universidade e uma professora estava explicando informalmente a Teoria do Caos aplicada a Teoria Fractal... Usou a metáfora da borboleta. Essa informação ficou armazenada no meu banco de dados durante mais de 10 anos. Ano passado (2005), eu vi o filme Efeito Borboleta... Quando peguei o filme, eu já havia sacado do que se tratava. Primeira “cena” do filme: “O bater de asas de uma borboleta pode provocar um tufão do outro lado do planeta”
Só após ver o filme eu atingi (pelo menos em parte, a dimensão filosófica da Teoria). O filme é tão surpreendente (na minha concepção) que mostrou claramente que um acontecimento, atitude ou simplesmente uma interpretação pode transformar e determinar os rumos de uma vida.
Ao contrário do filme, pelo menos eu, não tenho a capacidade de voltar atrás, mudar uma decisão e atingir posteriormente um resultado diferente. Pra falar a verdade eu até gostaria de ter esse poder, mas, num sei se conseguiria um resultado melhor – aliás, o filme mostra exatamente isso! Não há um caminho “correto” a seguir. Há caminhos, muitos caminhos, mas, não sei se há um caminho “ideal”, um caminho “correto”. Apesar da gente tentar sempre tentar fazer as melhores escolhas, nenhuma delas pode ser encarada como a IDEAL. De certa forma, a idéia de rompimento com o IDEAL é um alívio. Não há um caminho certo, há, apenas, o caminho em que se está... Se houvesse fórmulas para prever o resultado final, a vida humana - do ponto de vista humanista - deixaria de ter sentido. Isso me remete ao meu primeiro texto deste Blog e ao primeiro comentário anônimo. Será que se a vida real imitasse a vida virtual com os comandos deletar, copiar, colar, reproduzir, editar, etc... Será que se houvesse essa possibilidade, seríamos mais felizes?
Com certeza, o meu estado de Caos não seria mais uma constante. Mas, será que seria BOM deixar de ser caótica? Se eu deixasse de ser caótica, metade da minha “graça”, as vezes desgraçada, estaria extinta. E a minha essência de busca, de questionamento também.
Diante disso, concluo: prefiro a vida real em toda sua dimensão caótica. Não quero e nem pretendo NEGAR as minhas experiências virtuais: mesmo podendo deletar contatos, copiar bons momentos, recortar os maus, colar o melhor contato na melhor situação, editar as opções de formatação, reproduzir os melhores momentos, editar os sentimentos - nem como todos os recursos disponíveis, isso seria possível.
O que torna a vida virtual tão caótica quanto à real, e, igualmente é elemento somatório no meu processo de formação ou reformação pessoal.
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