Busque Amor novas artes, novo engenho
Busque Amor novas artes, novo engenho
Pera matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, enquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê,
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei porquê.
Luís de Camões
Camões! Sempre perfeito o poeta!
Busque o amor novas artes, novos engenhos - buscar uma nova forma de amar ou um novo objeto de amor. Será que é amor mesmo? Ou algo parecido com amor??? Para matar-me as esperanças ... Esperanças? Como ainda posso te-la? Mas tenho! Entretanto quero delas me esquivar. As esperanças estão me matando! Ou eu as mato ou eu morro! Esperanças que me não me fazem enxergar que a vida continua , segue e se ajeita... e a segurança que um dia eu tive também muda... Será que algum dia eu realmente tive segurança? Com coragem mas perdida - assim está a travessia do meu caminho. Eu precisava que vc me matasse essas esperanças, de um jeito ou de outro... se não elas me matam...
Você é um não sei quê, que nasceu não sei onde,veio não sei como e dói não sei porquê...
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